“Ela não se cansava nem desanimava diante dos imensos desafios para promover a saúde e a vida digna das crianças pobres e de suas mães”. Era o que diziam os cartazes com a foto de Zilda Arns Neumann, espalhados pelo auditório Franco Montoro, na Assembleia Legislativa, em São Paulo. No local, foi realizado um ato solene em homenagem a criadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa.
“Estamos aqui para homenagear a uma grande mulher que prestou serviço de inestimável valor ao Brasil e à Igreja. Era uma cristã colocando a sua fé a serviço da vida e sua formação profissional a serviço da fé. Dra. Zilda nos deixa o legado de uma pessoa que viveu intensamente como cidadã. Morreu em missão. Morreu na luta pela vida”, disse o arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, Dom Odilo Scherer.
O cardeal destacou a eficácia do trabalho da Pastoral da Criança em combater a mortalidade infantil e a subnutrição de forma simples ainda nos anos 80. O trabalho começava com a mãe, antes mesmo de o bebê nascer, com os cuidados voltados para a gestação. A ação continuava com o incentivo do aleitamento materno e o uso de alimentos saudáveis. Assim foram preparados voluntários para realizar visitas domiciliares e práticas inspiradas no amor. Métodos semelhantes foram usados para cuidar dos idosos.

Atualmente mais de 1 milhão e 600 mil crianças e 85 mil gestantes são acompanhadas pela Pastoral da Criança. A ação abrange 4000 municípios no Brasil e já se espalhou por outros 19 países. Somente em nosso país conta com cerca de 240 mil voluntários.
“Esses números nos dão a certeza de que minha mãe continua viva em cada voluntário da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa. E assim continuará vivendo em cada criança recuperada e em cada idoso que tem os direitos respeitados”, concluiu Rubens Arns Neumann, sob aplausos dos cidadãos que lotavam o auditório da assembleia.

Texto: Cristiane Reimberg – coordenadora de comunicação Pastoral da Criança/SP