O uso de drogas durante a gestação traz consequências sérias para a saúde da mãe e especialmente para o desenvolvimento do bebê. No Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas (26 de junho), a Pastoral da Criança reforça a importância da prevenção desde cedo, começando com gestantes e crianças pequenas, por meio da escuta, acolhimento e orientação.
Denise Ferreira de Souza Ribeiro, Coordenadora Nacional da Pastoral da Sobriedade, alerta que fatores emocionais como depressão, ansiedade e baixa autoestima contribuem muito para que gestantes recorram ao consumo de drogas.
“Muitas vezes, a gestação não foi planejada, não há apoio familiar ou social, e falta perspectiva de futuro seguro para o bebê. Isso pode levar ao uso ou envolvimento com drogas”, explica Denise.
As consequências para mães e bebês
De acordo com o e-Guia da Pastoral da Criança, substâncias como álcool e cigarro têm efeitos devastadores na gestação. O cigarro aumenta o risco de parto prematuro, bebês com baixo peso e problemas respiratórios ou cardíacos. Já o álcool pode causar aborto ou a "síndrome do álcool fetal", que afeta o crescimento e o sistema nervoso do bebê.
A cartilha do Ministério da Cidanania intitulada Conhecendo os efeitos do uso de drogas na gestação e as consequências para os bebês detalha ainda mais esses riscos. O uso de maconha, por exemplo, está associado a nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, aborto espontâneo e descolamento de placenta. A substância também pode comprometer o desenvolvimento motor da criança durante a amamentação e causar problemas de aprendizado e comportamento ao longo da infância e adolescência.
A cocaína e o crack são igualmente perigosos. Gestantes que usam essas drogas correm riscos de cardiopatias, defeitos renais, descolamento prematuro da placenta, nascimento prematuro e baixo peso ao nascer. “O uso de cocaína e crack durante a gestação pode causar danos graves e permanentes no coração, rins e cérebro dos bebês”, informa a cartilha.
Prevenção e apoio comunitário
Maria Inês Monteiro de Freitas, Coordenadora Nacional da Pastoral da Criança, destaca a importância das mães terem consciência sobre suas escolhas.
“Nenhuma criança deve crescer em um ambiente onde os vícios predominam. É importante buscar equilíbrio, reconhecer o que faz bem, não só para a saúde física e mental, mas também para criar um ambiente de paz e harmonia essencial ao bom desenvolvimento infantil”, enfatiza.
Os líderes da Pastoral da Criança atuam diretamente com as gestantes, orientando sobre hábitos saudáveis e o afastamento de substâncias nocivas. Antônio Romildes Nascimento, membro da equipe estadual da Pastoral da Criança no Ceará, ressalta:
“Nossos líderes orientam as gestantes sobre a importância da alimentação saudável, pré-natal de qualidade e evitar substâncias como álcool, cigarro e drogas.”
Cartelas "Laços de Amor": Informação e acolhimento mensal
Assim como o Guia do Líder, o conjunto de cartelas Laços de Amor é outro instrumento essencial para o acompanhamento das gestantes. Cada mês, as gestantes recebem uma cartela informativa que as ajuda a entender melhor o desenvolvimento do bebê e os cuidados necessários durante a gravidez.
A cartela 6 aborda diretamente o tema Álcool e drogas: Quanto mais longe, melhor!, incentivando as gestantes a evitar substâncias que possam comprometer a saúde e o futuro do bebê. São mensagens que promovem o autocuidado, fortalecem vínculos e reforçam atitudes positivas na gestação.
Entrevista completa: Vida sem Drogas
Nesta semana, Denise Ribeiro, em entrevista especial ao programa de rádio Vida a Vida, da Pastoral da Criança, reforça a importância do diálogo e da prevenção como ferramentas eficazes para evitar o uso de drogas durante a gestação e na vida familiar. Você está convidado a acompanhar a entrevista completa e aprender mais sobre o cuidado integral das mães e crianças.
Precisa de ajuda?
Se você ou alguém da sua família está enfrentando dificuldades com o uso de drogas, busque apoio. Procure uma paróquia ou comunidade católica próxima, converse com os líderes locais que podem indicar grupos da Pastoral da Sobriedade. Para contato direto, utilize o WhatsApp: (24) 99994-9253.
Outra opção são os Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS-AD), disponíveis gratuitamente pelo SUS, que oferecem atendimento profissional e acompanhamento contínuo. Também há grupos como Narcóticos Anônimos (NA), com reuniões presenciais em diversas cidades.