
No dia 29 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data que reforça a importância de conscientizar sobre os riscos do tabagismo e incentivar hábitos de vida mais saudáveis. O cigarro está ligado a doenças graves, prejudica a saúde de quem fuma e de quem convive com o fumante, além de causar danos ainda mais graves a gestantes, bebês e crianças.
Na Pastoral da Criança, líderes e comunidades se mobilizam para orientar famílias, apoiar quem deseja parar de fumar e proteger os mais vulneráveis. Por meio de visitas domiciliares, rodas de conversa e campanhas educativas, a missão é clara: salvar vidas, prevenir doenças e promover ambientes livres de fumaça para garantir mais saúde e qualidade de vida.
Gean Soares, enfermeiro da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
ENTREVISTA COM: Gean Soares, enfermeiro da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
Quais são os perigos do fumo para a gestante e o bebê?
GEAN: Fumar durante a gestação traz riscos graves tanto para a saúde da mãe quanto para a do bebê. A nicotina e outras substâncias tóxicas presentes no cigarro atravessam a placenta, reduzindo o oxigênio disponível e afetando diretamente o crescimento e o desenvolvimento fetal.
Entre os principais perigos estão o aborto espontâneo, parto prematuro, baixo peso ao nascer, malformações congênitas e morte fetal. Após o nascimento, o bebê também pode apresentar maior risco de infecções respiratórias, alergias e síndrome da morte súbita infantil.
O fumo na família pode prejudicar o desenvolvimento das crianças?
GEAN: Sim. A presença do fumo no ambiente familiar pode causar diversos prejuízos ao desenvolvimento físico e mental das crianças. A exposição passiva à fumaça do cigarro está associada a infecções respiratórias frequentes, como bronquite, asma e pneumonia, assim como alergias, otites e aumento do risco de morte súbita infantil.
Além dos impactos na saúde, o fumo passivo pode afetar o desempenho escolar e o desenvolvimento cognitivo, resultando em dificuldades de atenção, memória e aprendizado. A criança também pode crescer em um ambiente onde o hábito de fumar é naturalizado, aumentando as chances de iniciar o tabagismo precocemente na adolescência. Por isso, é importante que os pais conversem abertamente com seus filhos sobre os riscos que o cigarro pode trazer para a saúde.
Programa de rádio Viva a Vida – 1770 – 25/08/2025 - Combate ao Tabagismo
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança.
Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Que relação existe entre saúde mental e fumo hoje em dia?
GEAN: A relação entre saúde mental e tabagismo é complexa e relevante. Estudos mostram que pessoas com transtornos mentais, como depressão, ansiedade e esquizofrenia, apresentam taxas mais elevadas de consumo de cigarro. Muitas vezes, o fumo é utilizado como forma de aliviar temporariamente o sofrimento emocional. No entanto, a nicotina gera apenas uma falsa sensação de relaxamento, podendo agravar os sintomas a longo prazo.
Além disso, o cigarro interfere no funcionamento de medicamentos psiquiátricos. Por isso, é fundamental que os cuidados em saúde mental incluam ações para a cessação do tabagismo, com suporte emocional e tratamento integrado, a fim de alcançar melhores resultados terapêuticos.
TESTEMUNHO: Érica Márcia Loreti, Líder Pastoral da Criança, da Diocese de Duque de Caxias, Rio de Janeiro.
ÉRICA: Quando engravidei do meu segundo filho, eu fumava muito. Ele nasceu com insuficiência respiratória e precisou ser internado várias vezes com bronquite, bronquiolite e pneumonia. Tudo isso devido ao uso do cigarro. Sempre que encontro alguma mãe grávida que fuma, eu conto a minha história para que ela evite passar pelo que eu passei e para que seu bebê não sofra as mesmas consequências.
Parece que não, mas é um assunto muito grave, que precisa ser discutido com as gestantes para que fiquem atentas e evitem fumar durante a gravidez. Eu sei como é difícil abandonar o vício, pois já fui fumante, mas, pelos nossos filhos, nada é impossível!
Leia a entrevista na íntegra
1770 – 25/08/2025 - Combate ao Tabagismo (.PDF)
3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável
“Boa saúde e bem- estar”
Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar.
Dra. Zilda
“O líder da Pastoral da Criança acompanha, ora, vigia, como o Bom Samaritano que busca o bem e a saúde de quem precisa”.
Papa Leão XIV
“Se Jesus Cristo venceu o pecado, a morte e todo o mal que pode ser encontrado no mundo, como não vamos anunciá-lo? Como podemos esconder - nesta hora - a única luz que ilumina na escuridão? Como podemos não compartilhar o sal do mundo que preserva e melhora tudo?”.