A Igreja celebra nesta semana, de 9 a 16 de novembro, a 9ª Jornada Mundial dos Pobres. Instituído em 2017 pelo Papa Francisco, o Dia Mundial dos Pobres é celebrado no Brasil em formato de jornada. Em 2025, o tema “Tu és a minha esperança” orienta a mobilização, reforçando o compromisso da Igreja com as pessoas em situação de pobreza e convidando a gestos concretos de solidariedade, escuta e encontro fraterno.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora (Cepast), incentiva que dioceses, paróquias e comunidades realizem oito dias de mobilização, vivenciando um tempo de oração, convivência e ações concretas junto aos mais vulneráveis.
“A opção pelos pobres não é só minha ou da Pastoral da Criança, ela é da Igreja como um todo. (...) Nesse contexto, esse é um tempo de mobilização e de esperança”, destacou Alessandra Miranda, assessora da Cepast, durante live promovida pela Pastoral da Criança na última sexta-feira (07/11).
Ações
Conforme explicou Alessandra, a Cepast orienta que as iniciativas sejam realizadas a partir das igrejas locais, envolvendo toda a comunidade e suas pastorais. As ações devem promover a dignidade da pessoa humana, assegurando acesso a itens essenciais e oportunidades de participação. Entre as sugestões estão:
- Momentos de convivência que criem espaços de escuta e proximidade;
- Atividades culturais, como saraus, pequenos festivais e exposições fotográficas, valorizando talentos e histórias;
- Ações emergenciais, como campanhas de doação de alimentos, roupas, materiais escolares e itens de higiene.
A representante da Pastoral da Criança na Cepast, Maria das Graças Silva Gervásio reforçou que a atuação dos líderes durante a jornada deve acontecer em sintonia com a paróquia e a diocese:
“O importante é que nós, da Pastoral da Criança, estejamos articulados com o que acontece nas nossas paróquias e dioceses — numa caridade que não se limite ao gesto de dar, mas também de escutar e transformar a realidade junto com as famílias”, afirmou Graça.
Confira conteúdos complementares sobre a Jornada Mundial dos Pobres 2025:
Direitos e Cidadania
Além das ações específicas da Jornada Mundial dos Pobres, a Cepast ressalta iniciativas que podem se tornar permanentes na dimensão social da Igreja, promovendo direitos e cidadania das pessoas em situação de pobreza, como:
- parceria com o poder público para ampliar acesso à saúde (consultas, exames, vacinas);
- apoio na emissão de documentos e na inscrição no Cadastro Único (CadÚnico);
- identificação de violações de direitos e encaminhamento de denúncias.
Reflexão
Junto das ações solidárias, culturais e de cidadania, Alessandra enfatiza que a jornada é também um tempo oportuno para olhar criticamente para as estruturas sociais que produzem e perpetuam a desigualdade — e para refletir sobre o papel da Igreja e dos cristãos na superação dessas realidades.
“Precisamos cumprir a obrigação ético-cristã, como seguidores de Jesus, de nomear as estruturas que causam desigualdades e questionar o nosso papel. (...) Será que estamos sendo uma Igreja em saída ou estamos mantendo estruturas que se sobrepõem à vida humana?”, questionou a assessora da Cepast.
Durante o encontro, a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Maria Inês Monteiro de Freitas, lembrou que os líderes convivem diariamente com a pobreza — em suas próprias casas ou nas famílias que acompanham — e que este é justamente o núcleo da missão da Pastoral:
“Muitas vezes entramos em casas que não são dignas para ninguém morar, onde as famílias não têm sequer um alimento digno. No dia a dia, vemos o quanto ainda falta para garantir dignidade a todos. E a nossa liderança prioriza essas famílias. É ali que estamos evangelizando — inclusive onde o poder público não chega. Esse é o nosso papel”, afirmou.
Baixe o material oficial da CNBB para orientar e inspirar as ações na sua comunidade.
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