O tema desta semana na Pastoral da Criança é o teste do pezinho, um dos exames mais importantes da triagem neonatal. Realizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ele pode detectar precocemente dezenas de doenças genéticas, metabólicas e infecciosas. Quanto mais cedo essas doenças forem identificadas, maiores as chances de tratamento adequado e de uma vida saudável para a criança.
Como explicou o entrevistado da semana, o enfermeiro Francisco Alexandro Tomé Rodrigues, de Ubajara, Ceará, “a detecção precoce dessas doenças é fundamental para iniciar o tratamento adequado o quanto antes, prevenindo complicações graves e garantindo mais qualidade de vida para a criança”.
Mas o teste do pezinho não é o único exame fundamental logo após o nascimento. Existem outros testes rápidos oferecidos pelo SUS nos primeiros dias de vida, todos com o objetivo de detectar possíveis problemas de saúde ainda na fase inicial da vida.
Confira abaixo os principais exames disponíveis nas maternidades e nas unidades de saúde, conforme o Ministério da Saúde:
Tipagem sanguínea
Logo após o nascimento, é possível fazer a coleta de sangue pelo cordão umbilical. A tipagem sanguínea serve para detectar riscos de incompatibilidade entre o sangue da mãe e o do bebê (como quando a mãe tem Rh negativo e o bebê Rh positivo). Essa análise permite antecipar possíveis complicações e iniciar o acompanhamento adequado desde cedo.
Teste do pezinho
É realizado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê, com a coleta de algumas gotas de sangue do calcanhar. O exame pode identificar até 50 doenças, de acordo com a ampliação recente do Programa Nacional de Triagem Neonatal, como fenilcetonúria, fibrose cística, anemia falciforme, toxoplasmose congênita, entre outras.
Teste da orelhinha
É feito ainda na maternidade, sem dor, por meio de estímulos sonoros aplicados no ouvido do bebê. Esse teste permite identificar precocemente perdas auditivas, o que é essencial para o desenvolvimento da fala, da linguagem e da interação social da criança.
Teste do olhinho
O pediatra projeta uma luz nos olhos do bebê. Quando a luz refletida tem cor avermelhada ou alaranjada, a visão está normal. Se houver reflexo esbranquiçado ou alterado, é sinal de alerta. O teste permite identificar alterações como catarata congênita e retinoblastoma (um tipo raro de câncer ocular).
Teste do coraçãozinho
É feito entre 24 e 48 horas após o nascimento, ainda na maternidade. Um aparelho chamado oxímetro de pulso mede a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos. O objetivo é detectar cardiopatias congênitas críticas que precisam de intervenção imediata.
Teste da linguinha
Avalia se o bebê tem alterações no frênulo lingual (a membrana que liga a língua à base da boca). Alterações nessa região podem dificultar a amamentação, o desenvolvimento da fala e da respiração. O diagnóstico precoce evita complicações mais tarde.
E os bebês prematuros? Devem fazer o teste do pezinho?
Sim! O teste do pezinho também deve ser realizado em bebês prematuros, preferencialmente após 48 horas do parto, até o quinto dia de vida. É importante que, na ficha de coleta, o profissional da saúde informe que o bebê é prematuro. Assim, o laboratório poderá interpretar os resultados de forma mais adequada, levando em conta a prematuridade, o peso e o tipo de alimentação do bebê.
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Leia ou ouça a entrevista completa no Tema da Semana para acompanhar a entrevista completa e compartilhar essas informações com outros líderes e famílias acompanhadas. Cuidar da saúde desde o nascimento é um passo essencial para garantir o desenvolvimento pleno de cada criança.