A inspiração bíblica da missão da Pastoral da Criança é também uma frase que a Dra. Zilda sempre repetia: “eu vim para que todas as crianças tenham vida e vida em abundância”, Jo 10, 10. Quem teve a feliz oportunidade de conviver com ela ouviu muitas vezes também sobre a importância da linda missão pela promoção e o desenvolvimento das crianças, gestantes e suas famílias.
Segundo o estatuto, nossa missão é promover o desenvolvimento das crianças, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, do ventre materno aos seis anos, por meio de orientações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, fundamentadas na mística cristã que une fé e vida, contribuindo para que suas famílias e comunidades realizem sua própria transformação.
É por este motivo que a Pastoral da Criança atua em todo o Brasil, acompanhando mais 360 mil crianças, mais de 18 mil gestantes e suas famílias, zelando pelo cuidado desde o nascimento e durante toda a primeira infância. Para que isso aconteça, mais de 42 mil voluntários estão mobilizados, sendo 33 mil líderes. Juntos, eles levam a missão Pastoral da Criança para mais de 2.600 municípios ,em mais de 16 mil comunidades.*
Além disso, está presente em outros 11 países da América Latina, África e Ásia: Guiné-Bissau, Haiti, Peru, Filipinas, Moçambique, Bolívia, República Dominicana, Guatemala, Benin, Colômbia e Venezuela.
Nossa missão, desde 1983, é continuar sendo a presença do amor solidário de Deus neste mundo. Cada um de nós deve continuar o caminho de solidariedade, da partilha fraterna, da missão que nasce da fé em favor da vida, e que tem se multiplicado de comunidade em comunidade.
A presença dos líderes na casa e na vida das famílias mais pobres é a manifestação viva do amor de Deus para com os mais frágeis, para com aqueles que mais necessitam da bondade e do carinho de Deus. Por isso, eles são a grande força que move a Pastoral da Criança.
Juntos, os líderes e voluntários realizam muito mais do que as importantes ações básicas e complementares. São, na prática, o exercício diário da solidariedade, da amizade e do amor ao próximo. Na convivência com a comunidade, além da partilha de conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania, há doação de tempo, de escuta e a compreensão dos saberes dos outros, das diferenças e particularidades de cada local. Por vezes, os líderes e voluntários da Pastoral da Criança são os únicos que entram em casas de difícil acesso e constroem com as famílias uma relação de confiança que é levada para a vida toda. Em outros casos, chamam atenção das autoridades e fazem valer, junto com seus vizinhos, os direitos das crianças e gestantes daquela comunidade, ou para resolver uma situação de dificuldade.
Para melhorar ainda mais este trabalho, a Pastoral da Criança desenvolveu o aplicativo Visita Domiciliar e Nutrição, que, além de auxiliar nosso voluntariado no acompanhamento às famílias, também possui um módulo de comunicação entre os voluntários, as famílias acompanhadas, coordenadores e multiplicadores. Com isso, são mais pessoas recebendo a melhor e mais relevante informação possível e com celeridade.
Temos certeza que a dedicação dos voluntários da Pastoral da Criança ajuda a produzir no Brasil uma mudança de mentalidade sobre os cuidados com a criança. As comunidades descobriram a sua força transformadora. Milhares de pessoas se sentem valorizadas onde vivem, sabem dialogar, assumem compromissos para melhorar a realidade em que vivem, fazem história e contribuem para a continuidade da história e a construção de uma sociedade de paz e solidariedade.
“Para que todas as crianças tenham vida em abundância” (Cf. Jo 10, 10).
A missão da Pastoral da Criança é promover o desenvolvimento das crianças, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, do ventre materno aos seis anos, por meio de orientações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, fundamentadas na mística cristã que une fé e vida, contribuindo para que suas famílias e comunidades realizem sua própria transformação.
Se durante a gestação, a mulher apresentar aumento nos níveis de glicose no sangue pela primeira vez, ATENÇÃO: pode ser Diabetes Gestacional. A Diabetes é uma doença silenciosa, ou seja, ela vem chegando sem apresentar sintomas. Por isso, é fundamental que a gestante seja acompanhada realizando todos os exames de sangue em seu pré-natal, pois, essa doença pode causar alguns problemas tanto para as mães quanto para os bebês. A boa notícia é que a mulher com diabetes gestacional tem uma grande aliada: a alimentação. Então, para falar um pouco sobre como deve ser a alimentação de mulheres com diabetes gestacional, a Pastoral da Criança entrevistou a nutricionista Marinês Cristine Silveira.
Diabetes gestacional é uma alteração de glicemia diagnosticada pela primeira vez durante a gestação. É mais comum que ela apareça a partir dos 6 meses de gestação e persista até o final da mesma. A insulina é o hormônio responsável por controlar o nível de açúcar na corrente sanguínea. Geralmente, a diabetes gestacional aparece, porque os hormônios da gravidez interferem neste processo.
E quais são os riscos do diabetes para o bebê? O bebê que nasce de mãe com diabetes gestacional terá diabetes no futuro?
A diabetes gestacional pode trazer riscos para a saúde do bebê, pois quando ele é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no útero da mãe, há maior risco de desenvolver obesidade e diabetes no futuro. Além disso, ele pode sofrer um crescimento excessivo, que se chama macrossomia fetal; dificuldades no parto e a hipoglicemia, que é a queda do açúcar no sangue em seguida ao nascimento.
Programa de rádio Viva a Vida 1582 - 17/01/2022 - Diabetes Gestacional
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança. Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Quais são os cuidados alimentares que as gestantes com diabetes devem ter?
A alimentação para quem tem diabetes gestacional tem que ser pensada para que os níveis de açúcar sejam equilibrados. E para que isso aconteça não só os alimentos certos devem ser ingeridos, mas também a quantidade certa e os momentos específicos do dia.
“Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades”.O direitral.
A Prevenção e promoção da saúde também faz parte das ações da Pastoral da Criança: um conjunto de atitudes tomadas por antecipação, de modo a evitar determinados acontecimentos. Ou seja, surge no sentido de “precaução” ou de evitar determinados riscos para as gestantes e suas famílias. Cuidar da vida e da saúde da gestante e do bebê é dever de todos.
Dra. Zilda
"É sempre a arte e a técnica de multiplicar o saber e a solidariedade com muito carinho, porque é isso que todos precisam".
Papa Francisco
“Na simplicidade das mil ocupações e preocupações cotidianas de cada mãe, como providenciar a alimentação, a roupa, o cuidar da casa… Precisamente esta existência normal da Nossa Senhora foi o terreno onde se desenvolveu uma relação singular e um diálogo profundo entre Ela e Deus, entre Ela e o Seu Filho.”
Missão é um compromisso, uma tarefa específica que se recebe ou assume para realizar. Em se tratando da missão da Pastoral da Criança é um propósito que preenche a vida, que alegra, inspira em querer ser cada dia uma pessoa melhor. Realizar a missão de ser agente de transformação na comunidade, visitando e compartilhando mensalmente da vida das famílias acompanhadas, é algo que faz pulsar mais forte o coração, impulsiona a perseverar, pois ao fazer o bem a vida se torna mais leve e feliz.
Programa de rádio Viva a Vida 1581 - 10/01/2022 - Missão da Pastoral da Criança
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança. Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
A missão da Pastoral da Criança é inspirada no Evangelho e realizada em COMUNHÃO com a Igreja, em comunhão com todo o povo de Deus. É realizada por milhares de voluntários do Brasil e de outros países que se identificam com a proposta missionária da Pastoral da Criança que é cuidar dos pequeninos e de suas famílias.Segundo o Papa Francisco, a missão a que todos nós batizados somos chamados centra-se, sobretudo, em "estarmos disponíveis ao seu chamado e vivermos unidos ao Senhor nas coisas mais quotidianas, no trabalho, nos encontros, nas ocupações diárias, nas casualidades de cada dia, deixando-nos sempre guiar pelo Espírito Santo".
Venha unir-se à nossa rede de solidariedade e integrar-se à missão evangelizadora em busca da vida plena a todos.
Maria Sônia, da Comunidade Caminho da Paz, Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, Diocese de Penedo, Alagoas.
ENTREVISTA COM: Maria Sônia, da Comunidade Caminho da Paz, Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, Diocese de Penedo, Alagoas.
Qual é a missão dos líderes da Pastoral da Criança nas comunidades?
Os líderes da Pastoral da Criança são voluntários escolhidos e amados por Deus. São os líderes que aceitam a missão de levar vida e esperança a todos, priorizando os irmãos mais empobrecidos das nossas comunidades. Essa missão evangelizadora é Pastoral da Criança. A gente assume a partir da fé para que todos vivam a graça da vida em abundância.
Lady Anne dos Santos Cardoso, assessora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Criança Internacional.
ENTREVISTA COM: Lady Anne dos Santos Cardoso, assessora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Criança Internacional.
De que maneira a missão dos líderes ajuda a transformar as comunidades?
O líder tem a linda e importante missão de visitar mensalmente as gestantes e crianças acompanhadas, de reunir a comunidade para celebrar a vida e também convidá-los a refletir e avaliar sobre as necessidades e conquistas. Agindo assim, o líder está cumprindo a missão da Pastoral da Criança, que está nas palavras de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”.
Adriana Aleixo, Coordenadora Regional da Pastoral da Criança do Estado do Maranhão.
ENTREVISTA COM: Adriana Aleixo, Coordenadora Regional da Pastoral da Criança do Estado do Maranhão.
Como a Pastoral da Criança soma esforços com outras forças vivas da comunidade em busca de uma melhor qualidade de vida para as famílias, gestantes e crianças?
Através dessa rede de solidariedade que se cria com a Cáritas, Pastoral do Menor, Pastoral Familiar, Catequese, IAM (Infância e Adolescência Missionária), diversos movimentos que existem dentro da Igreja, nós também, Pastoral da Criança, estamos ali, somando esforços, ajudando uns aos outros para que tenhamos uma qualidade de vida melhor para as nossas crianças. E, também, a participação no controle social dentro dos Conselhos de Direito, Conselho de Segurança Alimentar, Conselho de Saúde, Conselho da Criança e do Adolescente, da Assistência Social são espaços de discussão e também de buscar sempre a qualidade de vida melhor, mais digna para as nossas crianças.
“Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”
Sem paz, justiça, estabilidade, direitos humanos e etc, não conseguiremos alcançar o desenvolvimento sustentável. Por isso, a Pastoral da Criança, por meio de sua equipe, trabalha para que todos tenham seus direitos garantidos, sem passar por qualquer forma de constrangimento. Na instituição, o acolhimento é feito com todo o cuidado e atenção para auxiliar da melhor maneira possível.
Dra. Zilda
“A paz começa dentro de cada pessoa e é transmitida aos outros”.
Papa Francisco
“Quando o mundo dorme no conforto e no egoísmo, a missão cristã é ajudá-lo a acordar”
É esta Igreja que nos pede o Papa Francisco na sua exortação apostólica Evangelium Gaudium, que precisamos “Sair em direção dos afastados, dos excluídos (...) sair em direção às periferias humanas” (EG 46). Ele afirma ainda que prefere “uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (EG 49). Esse testemunho é dado pelas crianças e jovens da catequese, quando saem de suas casas e com espírito missionário vão ao encontro das famílias de sua comunidade levando a esperança e Boa Nova da espera do Salvador, como primeiro momento para evangelização. Dessa forma, ainda na Iniciação à Vida Cristã, estas crianças e jovens dão o exemplo de que “Se a Igreja inteira assume este dinamismo missionário, há-de chegar a todos, sem excepção. Mas, a quem deveria privilegiar? Quando se lê o Evangelho, encontramos uma orientação muito clara: não tanto aos amigos e vizinhos ricos, mas sobretudo aos pobres e aos doentes, àqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos, «àqueles que não têm com que te retribuir» (Lc 14, 14).”
Maria das Graças Silva Gervásio
ENTREVISTA COM: Maria das Graças Silva Gervásio, é assistente social e compõe a equipe técnica da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
Sabemos que desde 2015 é realizada a Campanha dos Pequenos Reis Magos. Qual é o objetivo dessa Campanha?
O objetivo da Campanha é despertar a solidariedade e o espírito missionário das crianças, adolescentes e jovens ainda na Iniciação à Vida Cristã (IVC). Está em sintonia com o que diz o Novo Diretório para a Catequese no Número 33: “A ação missionária é o primeiro momento para a evangelização”. Portanto, é um projeto missionário em que as crianças da catequese saem às ruas, vestidas como os reis magos, cantando e abençoando as residências por onde passam. Na missão, aproveitam para arrecadar recursos para as crianças de outros países por meio da ação da Pastoral da Criança Internacional.
Com a pandemia, a Campanha dos Pequenos Reis Magos ficou um pouco comprometida. Como foi realizada?
No ano passado, devido à pandemia, não foram todas as paróquias que realizaram a Campanha, mas as que se mobilizaram, conseguiram testemunhar uma catequese em saída. Após o envio feito pelos padres, as crianças saíram pelas ruas cantando, rezando e abençoando. Mesmo não entrando nas casas, em atenção aos cuidados sanitários, foram momentos de muita alegria, tanto para essas crianças, quanto pelas famílias que aguardavam a passagem dos Pequenos Reis Magos. Em algumas paróquias, no entanto, fizeram a opção de não sair ainda pelas ruas, mas encontraram outras formas de levar a bênção de Cristo aos lares e de buscar a contribuição das pessoas. Mas independente da forma realizada, foi um momento de evangelização, de testemunho missionário e solidário por parte das crianças e adolescentes da catequese.
Programa de rádio Viva a Vida 1580 - 03/01/2022 - Campanha dos Pequenos Reis Magos
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança. Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Qual é a importância do envolvimento dos catequistas, catequizandos e famílias nesta campanha?
É muito importante esse envolvimento, porque como consta no Novo Diretório para a Catequese, a Igreja é hoje chamada a colocar-se em estado de missão permanente em todo mundo e a transformar todas as suas ações em perspectiva missionária. Assim, acontece a catequese em saída. A realização da campanha é um gesto concreto dos catequistas quando motivam e preparam os catequizandos para ir ao encontro do Menino Jesus, que nasce em cada lar. Além desse testemunho missionário, testemunham também a solidariedade ao despertar nas famílias que visitam a solidariedade em prol dos pobres que hoje nascem em outros países em situação de vulnerabilidade. Em especial, o Haiti, Moçambique e a Guiné-Bissau. Com essa iniciativa, queremos seguir o exemplo das primeiras comunidades cristãs que socorriam as que estavam em dificuldades e nessa rede de solidariedade se concretiza a partilha de crianças ajudando crianças.
Foto: Acervo da Pastoral da Criança
(TESTEMUNHO) Maria Luiza Nunes de Godoi, catequista de Primeira Eucaristia da Paróquia Santa Luzia, Setor Lapa, em São Paulo, Capital.
Como é para os catequizandos e catequistas participarem da Campanha dos Pequenos Reis Magos?
É muito importante para os catequizandos. Eles fazem com muito carinho, com muito amor. Eles andam horas comigo de casa em casa louvando, levando uma palavra de amor, de carinho, levando uma água benta, levando o óleo. Eles se sentem importantes. Eles se sentem no caminho de Deus. Eles sabem que nisso eles estão agradando não só a Deus como a eles mesmos por levar esta caridade para quem tanto precisa. Onde eu sou catequista, nós temos muitas comunidades e essas crianças carentes sentiram, vendo os vídeos e vendo quem elas ajudavam, sentiram a necessidade de fazer algo por elas. E hoje em dia, elas levam a vida muito melhor, sabendo que elas têm pouco, mas têm e que tem muita criança que nem esse pouco tem. E elas podendo ajudar, tornam elas boas de coração, continuam no caminho de Deus para que no futuro se tornem jovens maravilhosos. E muitas crianças que começaram comigo nos Reis Magos, hoje jovens, eles voltam a ficar junto conosco, andar de casa em casa, levar essa palavra amiga, esse carinho e oferecer o nosso cofrinho para ajudar as crianças que mais precisam.
“Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”.
A campanha Pequenos Reis Magos, promovida pela Pastoral da Criança, tem como objetivo colaborar com as crianças em situação de vulnerabilidade de alguns dos países mais pobres do mundo. A iniciativa busca a erradicação da pobreza e, também, um mundo sem fome, sem desigualdades e que todos tenham boa saúde e bem-estar, para que as crianças do mundo tenham vida em abundância e possam se desenvolver plenamente.
Dra. Zilda
Sei que posso contar com a sua colaboração para isso, pois tenho certeza que o amor, que tudo pode, e que você traz dentro de seu coração, por obra e graça de Deus, vai ajudar você a colaborar na transformação da vida de tanta gente”.
Papa Francisco
“Cada comunidade cristã deve ser um oásis de amor e afeto no deserto da solidão e da indiferença”.
Ir ao encontro do outro para servir, é uma escolha e nesse momento do Advento, em preparação para o Natal, todos nós somos convidados a fazer essa opção. “Celebrar o Natal é um momento de alegria e bênçãos pela chegada do Salvador. Mas queremos neste ano chamar a atenção para o Natal de milhões de famílias que vivem na pobreza e na exclusão e que assim como nasceu o menino Jesus, podemos ver tantos meninos Jesus que nascem nas áreas de periferias, nas famílias mais empobrecidas, excluídas e também são rejeitadas nesta sociedade do consumo, do lucro e vivem literalmente à margem da sociedade.” Então celebrar o Natal de Jesus, nascido numa manjedoura, numa gruta, é lembrar as famílias que vivem hoje na pele a descriminação e o sofrimento por causa da sua condição social. É nesse contexto que dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, no Amazonas e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nos convida a refletir o Natal.
Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, Amazonas.
ENTREVISTA COM: Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, Amazonas.
Como ligar a história do nascimento de Jesus com o contexto social atual, caracterizado pela pobreza, pela fadiga e até pela desesperança de algumas pessoas?
O Evangelho narra que Maria e José, indo fazer o recenseamento em Belém, não encontraram hospedaria. E Maria chegou à hora de dar à luz ao menino e tiveram que ir para um curral de animais. A gente chama até com um nome bonito, de manjedoura. Isto é um sinal evidente desta exclusão social que Jesus teve ao nascer. E podemos muito bem fazer uma ligação entre esse fato que aconteceu com a vida de Jesus ao nascer, com a realidade de tantas famílias hoje também que vivem na pobreza, na exclusão e veem seus filhos nascendo sem nenhuma condição de uma vida digna.
Programa de rádio Viva a Vida 1578 - 20/12/2021 - Natal
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança. Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Na sua opinião, como celebrar o Natal e o Ano Novo ao lado dos familiares de maneira segura, diminuindo os riscos de transmissão da Covid-19, já que a pandemia ainda não acabou?
Celebrar o Natal e o Ano Novo nesse tempo ainda da pandemia é fazer a festa com responsabilidade. Celebrar com todas as precauções que ainda esse tempo de pandemia nos pede que a gente tenha. Evitar aglomerações, usar a máscara, fazer a higienização das mãos. Orientar as pessoas da família que ainda não é hora de se realizar grandes festas que podem trazer riscos à saúde. E assim fazendo, a gente cuidando dessa forma, de nós, da nossa família, a gente vai estar colaborando com a saúde pública e com o bem de todas as pessoas.
“E não havia lugar para o menino nascer...”, diz o Evangelho. Na sua opinião, as crianças, hoje, nascem em condições dignas?
Uma parte sim, uma parte não. Uma parte das famílias que têm condições financeiras, acaba tendo uma vida com dignidade até em abundância. Mas existe um número muito grande de famílias que ainda vivem na pobreza, vivem na exclusão. E é claro que essas crianças que nascem nessas famílias, crescem nessas famílias mais empobrecidas e excluídas, a dignidade acaba sendo atingida. E como é que a gente pode colaborar para que todas as crianças nasçam e cresçam com dignidade? É fazendo a nossa parte, exercendo a nossa cidadania, cobrando políticas públicas para a superação das causas do empobrecimento. E enquanto cristãos, católicos, atuar nas pastorais sociais, aí está a Pastoral da Criança, por exemplo, para que as crianças pobres tenham também carinho, cuidado, assistência e proteção. Não deixar que as crianças que nascem em famílias empobrecidas tenham menos vida do que as outras crianças que nascem em famílias economicamente equilibradas.
Dom José Valdeci Santos Mendes, bispo da Diocese de Brejo, no Maranhão e Presidente da Comissão Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
ENTREVISTA COM: Dom José Valdeci Santos Mendes, bispo da Diocese de Brejo, no Maranhão e Presidente da Comissão Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A CNBB, através da ação evangelizadora da Igreja, encorajou-nos a “ser igreja nas casas”. Como podemos fazer isso especialmente neste período de Natal?
A Igreja nos propõe a Novena de Natal em preparação a este grande acontecimento, o nascimento do Filho de Deus. Então, é muito importante que a Novena seja feita em família. Assim, fortalece nossa Igreja doméstica; ajuda-nos a redescobrir a importância da oração em família e nos proporcionará a vivência do diálogo. É Cristo que quer continuar nascendo em nossas vidas, em nossas famílias e nos nossos corações. E isto nos leva a um empenho na solidariedade, na justiça, na paz e no amor. E que a luz do Menino Deus possa brilhar na nossa vida e despertar para um compromisso cada vez mais no empenho da defesa da vida.
O senhor poderia deixar sua mensagem de Natal para todos os nossos ouvintes?
A festa do Natal é a confraternização do amor, o amor de Deus. É a chegada do Emanuel, o Deus conosco, que quer nos iluminar. Desejo a cada um e a cada uma que o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo renove a nossa fé e a nossa esperança. Um Feliz Natal para todos e todas e que Deus vos abençoe agora e sempre.
“Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”
É preciso construir um mundo justo e fraterno. Natal é tempo de paz e amor. “O Natal é luz para nossos corações, não é comércio, nem presentes. É Jesus que vem para alegrar os nossos corações e nos tornar todos irmãos”. Dra Zilda
Dra. Zilda
“É Jesus que vem no Natal e não o Papai Noel. É importante ensinar isso às crianças para que elas cresçam sabendo o verdadeiro sentido do Natal”.
Papa Francisco
“O Sinal Admirável do Presépio, muito amado pelo povo cristão, não cessa de suscitar maravilha e enlevo. Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus”.
Programa de rádio Viva a Vida 1579 - 27/12/2021 - Ano Novo
Esta entrevista é parte do Programa de Rádio Viva a Vida da Pastoral da Criança. Ouça o programa de 15 minutos na íntegra
Final de ano é tempo de celebração, mas também de reflexão e recomeço. Afinal, 2021 foi um período de mudanças, medos, experiências, aprendizagens, desafios e alegrias. Uma coisa é certa: Aprendemos a ter um olhar mais generoso em relação a si próprio e ao próximo, pois é um momento em que precisamos estar presente afetivamente com nossa família e amigos. Necessitamos estar bem, próximos, e ser a base segura de quem precisa.
É hora de receber o Ano Novo com alegria e esperança no coração. Que 2022 seja um ano de transformações com mais união, amor e sentimentos positivos. Por isso, nesta data cheia de significados, trouxemos depoimentos de pessoas especiais que nos deixam mensagens de otimismo para esta nova fase.
"Precisamos como Pastoral da Criança sair de nossas casas, lugares de conforto, e ir ao encontro da pessoa, criança, gestante, família, que o Senhor Deus nos deu de presente para que cuidássemos aqui na terra”, relata a Irmã Ana Soares Pinto.
Acompanhe na entrevista abaixo.
Irmã Ana Soares Pinto, coordenadora estadual da Pastoral da Criança de Goiás.
ENTREVISTA COM: Irmã Ana Soares Pinto, coordenadora estadual da Pastoral da Criança de Goiás.
Como retomar a vida e a esperança neste ano que se inicia?
Precisamos, neste novo ano que se inicia, usar toda a nossa criatividade e deixar que o Espírito Santo aja em nós, deixar que ele se movimente em nós. Ficamos um bom tempo parados e com isso o cansaço e o desânimo nos acomodou. Mas precisamos como Pastoral da Criança sair de nossas casas, lugares de conforto, e ir ao encontro da pessoa, criança, gestante, família, que o Senhor Deus nos deu de presente para que cuidássemos aqui na terra. Precisamos ter coragem de nos encontrar, de estender este convite para outros nas celebrações da vida, nas comemorações. A comunidade nos fortalece, ela nos une e é por isso que estamos aqui.
Como passar do individualismo para o agir coletivo, comunitário?
Podemos criar redes de solidariedade em nossas comunidades. Procurar apoio em outros organismos para realizarmos ações que promovam mais vida e vida em abundância, como hortas comunitárias, oficinas de artes, oficinas de leitura, oficina de capoeira, hip hop, dentre outras, para assim unir toda a sociedade, desde gestantes, crianças, jovens, idosos nesta missão que é de todos nós. É muito importante voltarmos às visitas domiciliares, com todos os cuidados necessários. Precisamos desse carinho e atenção. Precisamos novamente criar hábitos de visitar e sermos visitados, abrir as portas das nossas casas e dos nossos corações. nimo, que ninguém solte a mão de ninguém.
Irmã Dília Esther Velásquez Rodríguez, líder na paróquia Nossa Senhora do Ó, São Miguel dos Campos e coordenadora diocesana da Pastoral da Criança de Penedo, Estado de Alagoas.
ENTREVISTA COM: Irmã Dília Esther Velásquez Rodríguez, líder na paróquia Nossa Senhora do Ó, São Miguel dos Campos e coordenadora diocesana da Pastoral da Criança de Penedo, Estado de Alagoas.
O dia primeiro do ano é considerado o Dia Mundial da Paz e também o Dia da Fraternidade Universal. Como construir a paz num tempo como esse que estamos vivendo?
A paz deve ser construída a partir de cada um de nós, vivendo o ensinamento que Jesus nos disse: “Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.” Então, a partir do meu próprio relacionamento comigo mesma, na minha família, na minha comunidade, no meu trabalho e em qualquer outro lugar onde eu possa me encontrar é importantíssimo viver os valores cristãos, os valores éticos e morais no respeito, no diálogo, no acolhimento, daquilo que é diferente de mim. Assim é possível viver em harmonia e em paz como todos nós desejamos.
Maria Raimunda Araújo de Souza Tavares, coordenadora paroquial da Pastoral da Criança da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, Município de Mazagão, Estado do Amapá.
ENTREVISTA COM: Maria Raimunda Araújo de Souza Tavares, coordenadora paroquial da Pastoral da Criança da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, Município de Mazagão, Estado do Amapá.
Muitos conflitos estão hoje, dentro das casas, nas famílias. Como promover a paz na família?
Sabemos que a vida em família deveria ser um ambiente de paz, mas infelizmente não é, uma recorrente na maioria dos lares. A paz é fruto da justiça e do amor. Na minha opinião, a empatia é o melhor caminho. Colocar-se no lugar do outro, promover o diálogo e a amizade, valorizar o que cada um tem de positivo e administrar os problemas com atitude, respeito e gentileza. Esse é o melhor caminho para promovermos a paz na nossa família.
Lecir Elisabete de Oliveira, coordenadora diocesana da Pastoral da Criança de Cruz Alta, Rio Grande do Sul.
ENTREVISTA COM: Lecir Elisabete de Oliveira, coordenadora diocesana da Pastoral da Criança de Cruz Alta, Rio Grande do Sul.
Diante da realidade da pandemia, como a Pastoral da Criança planeja o ano de 2022?
Eu acredito que diante da realidade da pandemia no mundo, eu penso que como Deus nos fez chegar até aqui, com muita certeza Ele tem para nós uma bela missão, onde possamos continuar a ajudar nossas crianças e suas famílias, pois creio que, para 2022, a pandemia não seja mais o nosso único problema, mas sim que possamos focar nossas energias em coisas boas, como ajudar o desenvolvimento e o crescimento de nossas crianças da Pastoral, porque é nelas que nós precisamos estar focados. São essas crianças que precisam de nós. E se pudermos ajudar, então Deus nos fez chegar até aqui e Ele nos sustenta para que possamos fazer mais ainda pelas nossas crianças. Que Deus nos proteja e proteja nossas crianças. Amém.
Irmã Ereni Paixão, coordenadora estadual da Pastoral da Criança do Estado do Amapá.
ENTREVISTA COM: Irmã Ereni Paixão, coordenadora estadual da Pastoral da Criança do Estado do Amapá.
Esta pandemia, além das dores, lutos, problemas econômicos, nos deu também alguns vislumbres, nos abriu algum panorama positivo. Na sua opinião, onde é possível ver algo positivo nessa pandemia?
Então, nessa pandemia, aconteceram muitas coisas boas também, não foram só sombras. Uma delas é o convívio familiar. Nesta pandemia, as pessoas tiveram mais tempo para curtir as suas famílias, para ficar mais em casa e aproveitar de fato para estreitar os laços familiares. Outra coisa bem importante também que aconteceu foi o uso dos meios de comunicação. Os cursos online se multiplicaram e muita gente aproveitou essa oportunidade para estudar, para enriquecer seus conhecimentos. E outra coisa também foi que a família rezou junto, aproveitou para esse crescimento na fé.
Rosineide Correia da Silva, coordenadora de área da Pastoral da Criança da Arquidiocese de Olinda e Recife, Pernambuco.
ENTREVISTA COM: Rosineide Correia da Silva, coordenadora de área da Pastoral da Criança da Arquidiocese de Olinda e Recife, Pernambuco.
O que cada um de nós pode fazer para que 2022 seja verdadeiramente um ano feliz?
A fé faz com que a gente siga na caminhada na busca dos sonhos. Vamos fazer chegar o ano de 2022 assim, nessa fé, nessa caminhada com a família da Pastoral, com as crianças, com os líderes, com os coordenadores, com os apoiadores, para que a gente possa ter um Ano Novo com muita fé, muita esperança de coisa boa. Um ano cheio de luz.
“Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”.
Terminar o ano com a certeza de que as ações promovidas pelas equipes da Pastoral da Criança contribuíram para a mitigação dos efeitos da pandemia. No decorrer, os líderes retornaram as visitas presenciais para atender as famílias, priorizando o distanciamento e o uso da máscara. Essas mudanças são exemplos de que o acompanhamento remoto foi uma possibilidade para a continuidade da atenção às famílias: promover o desenvolvimento das crianças, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, do ventre materno aos seis anos, por meio de orientações básicas de saúde, nutrição, educação e cidadania, fundamentadas na mística cristã que une fé e vida.
Dra. Zilda
“A paz começa dentro de cada pessoa e é transmitida aos outros”.
Papa Francisco
“Ter fé não significa estar livre de momentos difíceis, mas ter a força para os enfrentar sabendo que não estamos sozinhos.”