Alergia e Intolerância Alimentar

Legenda: Lei obriga que alimentos tragam no rótulo informações claras sobre ingredientes como leite, glúten, ovos e outros alergênicos.

As alergias e intolerâncias alimentares têm sido cada vez mais diagnosticadas em crianças desde os primeiros anos de vida. Atualmente, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) estima que quase 10% das crianças sejam atingidas por alergias alimentares em todo o planeta. Embora muita gente ainda pense que esse é um problema recente, a verdade é que, no passado, essas condições eram pouco reconhecidas porque faltavam testes confiáveis.

Hoje, graças aos avanços na área da saúde e ao olhar mais atento das famílias e profissionais, é possível identificar precocemente os sintomas, buscar tratamento adequado e garantir melhor qualidade de vida para os pequenos. No tema desta semana, reunimos orientações de profissionais de saúde e de líderes da Pastoral da Criança para ajudar as famílias a entenderem melhor o que são as alergias e intolerâncias alimentares, como identificá-las e, principalmente, como oferecer uma alimentação segura, consciente e acolhedora no dia a dia.

Aline Sobania, Nutricionista da Prefeitura Municipal de Curitiba, Paraná.

ENTREVISTA COM: Aline Sobania, Nutricionista da Prefeitura Municipal de Curitiba, Paraná.

Qual é a diferença entre alergia alimentar e intolerância alimentar?

ALINE: Toda alergia é uma reação imunológica, uma resposta do nosso sistema de defesa. Já as intolerâncias não são reações imunológicas. Normalmente, os sintomas de intolerância estão relacionados ao sistema digestivo. A pessoa pode apresentar dor abdominal, diarreia, flatulência (acúmulo e eliminação de gases pelo intestino)... Mas tudo isso ocorre sem envolver o nosso sistema imunológico.

Aline, quais são as principais alergias alimentares?

ALINE: Hoje, as principais alergias alimentares que a gente encontra são:

• Alergia ao glúten (doença celíaca): é uma reação imunológica ao glúten, que causa principalmente danos na parte intestinal. Os sintomas mais comuns são diarreia, dores abdominais e perda de peso.
• Alergia à proteína do leite de vaca: afeta principalmente crianças menores de dois anos. Também é uma reação imunológica, e os sintomas podem incluir erupções na pele, dores abdominais e fezes com estrias de sangue.
• Alergia a frutos do mar: principalmente ao camarão. Pode causar erupções na pele, dor abdominal e, em alguns casos, reações mais graves, como a anafilaxia.
• Alergia a corantes alimentícios: também pode provocar erupções de pele e dores abdominais.

A gente percebe que os sintomas se repetem muitas vezes. Por isso, o acompanhamento médico é muito importante.

O que uma família deve fazer quando tem uma criança com alergia ou intolerância alimentar?

ALINE: Então, primeiro é perceber os sintomas. É preciso ficar em alerta a qualquer sintoma diferente do que é acostumado, como o surgimento de manchas na pele, vômitos persistentes, uma diarreia que não melhora, fezes com sangue ou com estrias.

A primeira coisa é procurar um médico para relatar esses sintomas. A partir daí, se for pelo SUS, pode haver o encaminhamento para um médico especialista.

Depois que a alergia ou intolerância é diagnosticada, as principais recomendações são:

• Ler os rótulos dos alimentos. A gente precisa entender o que está consumindo. Hoje, já existem leis que exigem alertas sobre a presença de glúten, lactose e outros componentes nos produtos.
• Prestar atenção nesses avisos nos rótulos. Eles ajudam bastante e estão cada vez mais visíveis.
• Buscar alimentos apropriados. A oferta de produtos sem glúten e ingredientes para preparar refeições sem glúten aumentou bastante, o que facilita muito a vida das famílias.
• Evitar o consumo excessivo de alimentos industrializados e ultraprocessados. Eles são ricos em corantes e outros aditivos, e o risco de provocar reações alérgicas é alto, especialmente em crianças menores de dois anos.

Leia a entrevista na íntegra

1763 – 07/07/2025 – Alergia e Intolerância Alimentar (.PDF)

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