São crianças vendendo no farol, vigiando carros, engraxates, trabalhando nas roças, carvoarias, babás…infelizmente, temos muitas formas de trabalho infantil que ainda são aceitas socialmente e, essa aceitação acaba tornando esse tipo de exploração invisível.

Por isso é muito importante que nossas famílias e comunidades estejam muito atentas. Proteger e dar dignidade às crianças e adolescentes é um dever de todos nós. Precisamos que as comunidades despertem para serem comunidades protetivas e assim proteger as crianças e adolescentes de qualquer situação de negligência e exploração.

A Pastoral da Criança, por meio das suas ações inseridas nas comunidades, acompanhando as famílias, quer contribuir com a mudança deste quadro. Por isso, é necessário compreender os motivos do porquê de as crianças trabalharem.

É preciso aplicar ações que contribuam para a melhor qualidade de vida das crianças e das famílias, a partir de nossas ações já consolidadas em todo país, como por exemplo, ensinar a família estratégias de evitar gastos com doenças/remédios tanto através da alimentação saudável quanto o combate ao desperdício de alimentos, acesso aos programas governamentais de transferência de renda e de ajuda às famílias e mesmo falta de documentos (sem certidão de nascimento, não há bolsa família) pode contribuir para a prevenção de cenários como o que temos visto no Brasil.

“Como adultos não podemos roubar às crianças a capacidade de sonhar. Procuremos favorecer um contexto de esperança, onde os seus sonhos cresçam e se partilhem: um sonho partilhado abre o caminho para um novo modo de viver”, disse o Papa Francisco por ocasião do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, em 2019.

Mas Francisco não inaugurou a preocupação da Igreja com a temática. O Concílio Vaticano II já afirmava que a Igreja tem o dever moral de refletir sobre o significado de toda e qualquer atividade humana e de promover a solidariedade para os que sofrem e são explorados, sobretudo os pobres, acentuando que todos gozam do direito inalienável à educação.

Crianças com diferença no funcionamento de seu organismo precisam de mais atenção para um bom desenvolvimento, mas isso não significa que devam ser isoladas da sociedade. Elas devem frequentar os lugares que as crianças frequentam, inclusive escolas.