Como formar uma rede de apoio na comunidade

“Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos, na vida em comunidade, na fração do pão e nas orações… todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum” (At 6, 42-44)

 

Esse é o retrato das primeiras comunidades cristãs, eram fortes na fé e na partilha. Como podemos fortalecer uma comunidade? Uma comunidade se fortalece quando as pessoas sabem que podem contar com redes de apoio para atender suas necessidades sentidas. Essa rede de apoio é, portanto, a união de muitas pessoas com o objetivo de dar segurança e suporte às outras. Mas é considerada uma rede de apoio quando ela tem continuidade, sendo diferente de uma rede de ajuda, que acontece de forma momentânea. 

Ter uma boa rede de apoio é fundamental, pois envolve o vínculo de pessoas e instituições capazes de gerar apoio familiar e comunitário, contribuindo para que as famílias e a sociedade promovam o desenvolvimento de suas crianças e a qualidade de vida de todos gerando transformação.

As famílias precisam saber com quem podem contar, que terá alguém que vai escutar as suas necessidades, quem vai ajudar a encontrar meios para solucionar as situações vivenciadas. Mas afinal, como podemos formar uma rede de apoio? Quem forma a rede de apoio em sua comunidade? Vamos entender melhor no texto abaixo:

 

O que é uma rede de apoio?

Uma rede de apoio é uma união de pessoas, grupos e instituições que se entrelaçam para oferecer suporte e segurança a alguém. Assim como uma rede é formada por fios interconectados, essas relações criam laços de confiança e impacto duradouro na vida dos envolvidos. Durante a pandemia, destacou-se sua importância, ressaltando a diferença entre rede de apoio e rede de ajuda; a primeira visa continuidade e transformação, enquanto a segunda é momentânea. As ações de uma rede de apoio promovem mudanças significativas nas comunidades, beneficiando tanto os membros da rede quanto aqueles que recebem seu suporte, estabelecendo um sistema de suporte robusto e eficaz.

 

Quais as principais redes de apoio que temos hoje?

Existem diversas redes de apoio em várias áreas. Na saúde, destacam-se as Unidades de Saúde, Agentes Comunitários, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e iniciativas da Igreja, através do Conselho Paroquial de Pastoral, na comunhão com as pastorais afins. Na assistência social, há órgãos públicos como o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e o Centro de Referência Especial da Assistência Social (CREAS), além de ações sociais de paróquias e associações de moradores. Para a defesa dos direitos da criança e do adolescente, existem instituições do sistema de garantia de direitos, como órgãos judiciários e as polícias, além do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Conselho Tutelar. Essas redes têm como objetivo promover e defender direitos, oferecendo suporte e controle social às comunidades.

 

Como os serviços paroquiais podem contribuir na rede de apoio?

Os serviços paroquiais desempenham um papel fundamental na rede de apoio comunitário. Através das pastorais e movimentos, as paróquias promovem ações que atendem às necessidades locais, especialmente de populações vulneráveis. Os Conselhos de Pastoral Paroquial (CPP) atuam como espaços de escuta e articulação, buscando encaminhar soluções para melhorar as condições de vida na comunidade e fortalecer a solidariedade. Além do apoio espiritual, essas iniciativas oferecem suporte material, contribuindo para a inclusão social, a dignidade humana e a transformação de realidades. Guiadas pelos princípios cristãos de amor ao próximo, as ações paroquiais são essenciais para promover paz, justiça e bem-estar para todos.

 

Como são os serviços na área da assistência social?

A assistência social é uma política pública destinada a apoiar famílias em situação de vulnerabilidade e risco social, estruturada pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Órgãos como o CRAS e o CREAS oferecem serviços essenciais, incluindo o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que promove grupos de convivência para diversas idades, e o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família, com acompanhamento de assistentes sociais e psicólogos. Também disponibilizam o Cadastro Único (CadÚnico) para acesso a programas sociais, como o Auxílio Brasil e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), além de suporte em situações de emergência, como nascimento ou morte na família.

 

Qual é a importância de uma rede de apoio para as famílias diante de diversas situações?

Numa rede de apoio, as pessoas compartilham experiências, se encorajam e crescem juntas. Saber que não estão sozinhas é essencial em situações desafiadoras, como alcoolismo, dependência química, problemas de saúde mental e violência doméstica. A Pastoral da Criança, em muitas situações, faz a diferença para as famílias na comunidade, proporciona confiança às famílias, permitindo que compartilhem seus problemas e alegrias dentro da comunidade.

 

Quais os benefícios para a pessoa e sua família em participar ativamente de uma rede de apoio e perseverar em seus objetivos?

Dependendo da situação da família, os benefícios podem ser amplos. Por exemplo, se acontece de na família ter alguém dependente do álcool, na medida que essa pessoa chega até um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), aliado com a participação junto com a Pastoral da Sobriedade pode parar de beber e dar um novo sentido a sua vida. No primeiro momento, parece que o benefício foi somente para a pessoa, mas esse resultado se estende para toda a família que, com certeza, viverá em harmonia e, a partir dessa iniciativa, o benefício é para todos.

 

Como os líderes da Pastoral da Criança, a partir da realidade que encontram, orientam as famílias a buscar as redes de apoio?

A Pastoral da Criança muitas vezes é quem está mais presente junto às famílias, assim pode recorrer e mobilizar outras frentes na comunidade. Durante as visitas domiciliares, ao repassar as informações acompanhadas de orientação para as famílias acessarem os serviços que precisam, promovem a conscientização de que são sujeitos de direito e, com isso, não precisam apenas receber, porque também têm o que oferecer.

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