Quando a mãe diz que está com pouco leite, com dificuldade para amamentar, ou o bebê não está ganhando peso, é preciso verificar o que está acontecendo:
- O bebê faz boa pega?
- O bebê está tomando água, chá ou outro tipo de leite além do leite materno?
- O bebê mama sempre que tem vontade?
- O bebê consegue esvaziar as duas mamas por igual?
- A mãe está passando por alguma dificuldade?
- O companheiro anima e apoia a mulher a amamentar?
- Os demais familiares, amigos e vizinhos estão ajudando a mãe nesse período?
Dificuldades podem aparecer, especialmente quando é o primeiro filho e a mãe não tem muita experiência, ou se a mãe teve problemas para amamentar outros filhos. Essas mulheres vão precisar de mais apoio da família e de você, líder.
Não existe leite materno fraco. Quando a mãe fica mais cansada ou tem aborrecimentos, pode ocorrer uma pequena diminuição na produção do leite. Oriente-a a descansar e colocar o bebê mais vezes para mamar, pois quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produz.
Os pais podem saber se o bebê está mamando o suficiente quando ele faz xixi várias vezes ao dia e se está ganhando peso adequadamente. Para avaliar o ganho de peso do bebê é importante levá-lo na consulta no serviço de saúde, conforme consta na Caderneta da Criança.
O pai tem um papel fundamental de apoiar a mãe antes e após a amamentação. Ele pode, por exemplo, trazer o bebê para mamar, colocá-lo para arrotar, trocar a fralda, além de falar e cantar para o bebê. Também pode ajudar nas tarefas domésticas, proporcionando à mãe o descanso e o suporte necessário durante esse período.
Ordenha
A ordenha é um método que permite a mulher que amamenta extrair o leite da mama, sem dor. É importante orientar as mães a fazer a ordenha pois pode ocorrer situações que ela precise retirar o leite, como no caso de voltar a trabalhar.
Antes de fazer a ordenha, para manter a qualidade do leite materno são necessários alguns cuidados:
- lavar bem as mãos e secá-las com pano limpo;
- escolher um recipiente de vidro limpo e fervido na água;
- ficar numa posição confortável e, se possível, num ambiente tranquilo.
Para retirar o leite do peito:
- Fazer massagens circulares com as pontas dos dedos na base da mama em direção ao mamilo.
- Colocar o dedo polegar sobre a mama, acima da aréola, e os outros dedos na parte de baixo da mama, formando uma concha com a mão.
- Fazer o movimento de ordenha, apertando delicadamente a mama, puxando-a para trás e para frente ritmadamente.
- Descartar os primeiros jatos de leite, pois eles trazem micróbios que ficam na parte mais próxima do bico do seio. Esses micróbios podem estragar o leite guardado, mas não prejudicam a saúde do bebê amamentado diretamente no peito.
- Repetir o movimento de ordenha de forma rítmica, rodando a mão em volta da aréola para esvaziar todo o leite da mama.
- Alternar as mamas quando a saída do leite diminuir ou a cada cinco minutos, repetindo a massagem e a ordenha, até atingir a quantidade de leite desejada.
Não existe comprovação científica de que passar produtos ou o próprio leite materno ajude nos casos de mamilos machucados.


Quando estiver fora de casa, como no trabalho por exemplo, deve fazer ordenhas a cada 3 horas para que sua produção não diminua e quando voltar para casa, a mãe deve oferecer o peito para o bebê. Depois, pode realizar a ordenha do leite para ser usado no dia seguinte. Quantidade e aparência do leite variam entre uma ordenha e outra.
Como guardar o leite do peito e aquecê-lo para dar ao bebê:
- Logo após a ordenha, o leite deve ser guardado na geladeira (geleira) por até 12 horas ou no congelador por até 15 dias, e deve ser colocado em uma das prateleiras, nunca na porta da geladeira (geleira).
- Na hora de oferecer o leite para o bebê, usar primeiro aquele que foi retirado há mais tempo (coloque datas no recipiente caso vá estocar). Para aquecer, coloque o recipiente de vidro com o leite dentro de uma panela com água morna sem estar fervendo (banho-maria) e sem estar no fogo.
- Para usar o leite congelado, este deve ser descongelado dentro da geladeira (geleira) e depois deve ser aquecido de acordo com a explicação acima. Antes de oferecer o leite à criança, este deve ser agitado suavemente.
Esse leite deve ser oferecido para o bebê com colher ou direto no copo.
Quando a mãe estiver em casa, é necessário oferecer o peito para o bebê mais vezes. Assim, ela estimula a produção de mais leite e prolonga o período do aleitamento materno.
A pessoa que cuida do bebê precisa oferecer esse leite com uma colher ou no copinho, pois o bico da mamadeira (biberão) acostuma mal o bebê, e depois, ele não vai querer mais mamar no peito da mãe.

Líder, no Dia da Celebração da Vida em que for feito acompanhamento nutricional, você pode verificar se o peso e o comprimento do bebê estão adequados. Isso é sinal de que o bebê está recebendo a quantidade necessária de leite para seu crescimento.
Quando o bebê não ganhar peso, converse com a mãe para saber o que está acontecendo. Pode ser que ele esteja mamando pouco, que a mãe esteja cansada ou não esteja se alimentando direito. Caso a mãe já tenha voltado a trabalhar, converse também com quem cuida do bebê.
Doação de leite materno
Quando a mãe tem mais leite do que seu bebê consegue mamar, pode doar esse leite para um hospital que tenha Banco de Leite. Lá ele será pasteurizado e doado a um bebê que esteja precisando. Líder, verifique se no hospital de seu município tem Banco de Leite e incentive a doação, pois muitas pessoas ainda não conhecem o seu funcionamento e importância.
Tudo começa com a ordenha, que pode ser realizada em casa ou nos bancos de leite humano. Estes contam com um ambiente próprio para a retirada do mesmo. Em seguida, ocorre a estocagem do leite, que pode ficar congelado por até 15 dias, e será levado ao banco de leite mais próximo.
Procedimentos
Ao chegar ao banco de leite, o alimento passa por um conjunto de exames e procedimentos, dentre eles a pasteurização, que evitam contaminações e garantem que o alimento tenha os nutrientes e as calorias necessárias para os bebês.
Apesar do leite poder permanecer 6 meses em estoque, ele nunca passa tanto tempo parado, por conta da demanda das maternidades.
Todo leite recebido é destinado a hospitais e maternidades. Como os bancos de leite estão ligados a uma maternidade com UTI neonatal, os bebês nascidos no local têm preferência. O leite coletado também é destinado aos bebês das mães que não podem amamentar.
O Ministério da Saúde já orienta que todos os hospitais com leitos neonatais devem ter um Banco de Leite Humano ou posto de coleta – garantindo, assim, o alimento para os bebês que precisam.
Toda mulher saudável, que esteja amamentando e que produza mais leite do que o seu filho precisa, pode ser uma doadora.
O banco de leite também faz a coleta domiciliar, o que significa que a mãe não precisa sair de casa. A funcionária do Banco de Leite Humano vai até a casa da doadora e faz o transporte do leite até o hospital, realizando o controle de temperatura em todo o percurso, para que ele não perca suas propriedades. Muitas cidades contam com parcerias com o Corpo de Bombeiro e o SAMU para a coleta do leite.
Para encontrar o banco de leite mais próximo, acesse o site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano ou utilize o Localizar de Bancos de Leite Humano (LOBALE).
Doar leite materno é um ato de amor!
Assista o vídeo do Ministério da Saúde:
- e-Capacitação
- >
- e-Guia do Líder 2025
- >
- O bebê até seis meses
- >
- Dificuldades na amamentação, ordenha e doação de leite