Aleitamento Materno

Até os seis meses, o bebê só precisa receber leite do peito. É bom explicar para a mãe que o leite em pó, de caixinha ou de pacote e o tirado da vaca não tem as mesmas vantagens que o leite materno além de fazerem mal para o bebê.

Os bebês que são alimentados com outro tipo de leite têm mais risco de ter pneumonia, diarreia, infecção de ouvido, alergia e infecção urinária. Além de os bebês sofrerem mais com essas doenças, elas também surgem com maior gravidade. Isso acontece porque as defesas do corpo do bebê não são reforçadas com a proteção que o leite materno dá.

A mãe ou pessoa da família não deve oferecer outros alimentos ou líquidos como chás, sucos ou suplementos para o bebê antes dos seis meses de idade, isso aumenta as chances de ele abandonar o leite materno e não traz benefício algum para o seu crescimento.

 

“Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram.” Lc 11,27

 

Ajuda nos primeiros dias do bebê

Líder, nesses primeiros dias sua ajuda é valiosa. Anime a mãe, mostrando a ela como amamentar melhor. Tente resolver com ela e com a família as dificuldades que aparecerem. Procure não deixar a mãe desanimar de amamentar.

A amamentação deve ser agradável para a mãe e para o bebê. Existem várias posições boas para amamentar. Numa delas, que é a mais tradicional:

  • a mãe segura a bundinha do bebê com sua mão;
  • a cabeça do bebê fica apoiada na dobra do cotovelo da mãe;
  • a barriga do bebê fica bem encostada no corpo da mãe.

Importante: Lembrar que o bebê só precisa de leite materno até o 6º mês de vida, não é preciso dar água, chá ou qualquer outro líquido, alimento ou suplemento. O leite materno supre todas as necessidades dele nesse período.

Tempo da mamada

Não existe um tempo certo para a mamada. Alguns bebês “devoram” o leite rápido, outros mamam mais devagar. Para que o bebê ganhe peso de forma adequada, é importante que ele mame o  leite com mais gorduras, que é liberado mais no final da mamada Por isso, é fundamental destacar que a composição do leite materno muda ao longo da mamada. O do começo da mamada (chamado de anterior), tem alto teor de água e é especialmente rico em anticorpos. Já o leite do final da mamada, chamado de leite posterior, é mais rico em energia (calorias) e contribui para a saciedade da criança, reforçando a importância de permitir que o bebê esvazie bem a mama.

O tempo da mamada depende não só da característica da criança, mas da interação entre mãe e filho; assim cada dupla tem seu ritmo próprio - o que explica a orientação de mamadas em esquema de livre demanda. Sendo assim, o chamado “leite posterior (rico em gorduras)” pode ser liberado mais para final da mamada  e depende mais do estado emocional, da efetividade da sucção e da fisiologia da produção do leite

Cada criança tem sua individualidade com suas próprias características e deve ser respeitada. Algumas interrompem a mamada, descansam, olham e voltam a mamar. 

                                         “Os bebês sonolentos”

 

Quando a criança está satisfeita, ela para de sugar e solta a mama. Outras crianças, já satisfeitas, adormecem na mama e a soltam facilmente. Às vezes é preciso mesmo retirá-las da mama para que despertem  e comecem a sugar novamente. 

Os bebês sonolentos, se não forem estimulados, levarão um período maior para mamar, sugando pouco e cansando a mãe - podendo tornar a mamada uma situação de estresse e ansiedade materna, além de comprometer a produção de leite. Mamadas prolongadas podem não ser efetivas, cansando também o bebê, que pode não ganhar bem peso pois não retira leite suficiente. Essas mamadas prejudicam o reflexo de ejeção (saída do leite) e ferem a pele do mamilo.

Como reconhecer que está na hora de trocar de peito durante uma mamada?

Quando o bebê fizer pausas maiores entre as sucções e demonstrar não desejar retornar, deve-se colocá-lo para arrotar e oferecer a outra mama - nesta mesma mamada. Normalmente ele suga mais um pouco e pode largar a mama, satisfeito ou dormindo. Em geral, nos primeiros dias, é comum que os bebês não consigam esvaziar completamente as duas mamas durante a mamada. No entanto, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, é importante oferecer as duas mamas em cada mamada. Isso ajuda a prevenir o ingurgitamento mamário e estimula a produção de leite de forma equilibrada nas duas mamas.   

Na próxima mamada ela deve colocar o bebê para começar a mamar na mama que havia terminado a última mamada.   

Se o bebê não quiser mais mamar, significa que já está satisfeito. Pode acontecer de alguns bebês dormirem durante a mamada e ainda não terem mamado o suficiente. Nessas situações é importante a mãe esperar alguns segundos para ver se o bebê volta a mamar ou então acordá-lo, delicadamente, fazendo cócegas nos pezinhos ou passando um pano úmido no rostinho. A sucção não efetiva deve ser evitada pois não extrai o leite e só fere a pele do mamilo. Assim deve-se retirar o bebê da mama quando ele não estiver sugando ativamente e de forma eficiente.

Líder, oriente a mãe para que ela ofereça os dois seios na mesma mamada da seguinte forma: 

  • assim que ele estiver terminando a primeira mama e começar a fazer pausas maiores entre as sucções, demonstrando que não quer retornar, coloque -o para arrotar;
  • ofereça a outra mama nesta mesma mamada (normalmente ele suga mais um pouco e quer largar a mama) mesmo que ele mame só um pouquinho;
  • na próxima mamada, comece pelo último seio que ele mamou pois é preciso que você estimule as duas mamas por igual.

O leite materno deve ser oferecido sempre que o bebê solicitar. Isso significa que não é necessário estabelecer tempo entre as mamadas. É o bebê que decide quando deve mamar e isso o ajuda a ganhar peso rapidamente. Mas é importante evitar a sucção que não é eficaz, porque ela não tira leite e ainda machuca a pele do bico do peito.  

Orientações importantes

  • Quando for retirar o bebê do peito, a mãe deve colocar o dedo mindinho no canto da boca do bebê. Assim, ele soltará a mama sem machucar o seio.
  • Depois de mamar, o bebê deve ser colocado em pé, no colo, com as costas e a cabecinha bem apoiadas. Se ele engoliu ar, vai arrotar. Não precisa bater nas costinhas nem sacudir o bebê.
  • Para manter o seio limpo para o bebê, basta a mãe tomar banho todos os dias e trocar o sutiã sempre que ele estiver molhado.
  • É comum o bebê ficar alguns dias sem fazer cocô. Isso acontece porque ele aproveita todo o leite que ele mama. O cocô do bebê é mole, de cor amarela, amarelo esverdeado e em pequena quantidade. Isso não é diarreia.
  • O pai não pode dar o peito, mas pode dar apoio para a mãe. Assim, aumenta sua ligação com o bebê. Ele pode, por exemplo, trazer o bebê para mamar, colocar para arrotar, trocar a fralda, falar e cantar para ele.
  • A mãe que amamenta não deve fumar, tomar bebidas alcoólicas ou outras drogas. Remédios só devem ser usados com orientação médica. Substâncias do cigarro, da bebida e de alguns medicamentos passam para o leite e podem prejudicar o bebê. Assim, a mãe que amamenta precisa ter mais cuidado, para o seu próprio bem, do seu bebê e também das outras pessoas da família.
  • Deve-se evitar o uso de telas durante a amamentação, para que seja possível existir interação entre a mãe e o bebê, favorecendo o estabelecimento de vínculo, carícias, troca de olhares, afetos e conexão.


No app Pastoral da Criança + Gestante há a pergunta abaixo: 

O que foi dado para o bebê desde ontem?

(  ) mama/peito

(  ) Fórmula infantil (leite de lata)

(  ) Leite de vaca ou cabra

(  ) Água ou chá

(  ) Suco

(  ) Outro alimento (papas, frutas, sopa…)

Esta pergunta aparecerá na visita domiciliar de bebês menores de seis meses. Não é preciso ler as alternativas, apenas fazer a pergunta e marcar as alternativas de acordo com a resposta.

A pergunta quer saber quais leites ou alimentos foram dados ao bebê desde o dia anterior a visita. Por exemplo: se o bebê apenas recebeu leite materno, é só marcar esta opção. Caso o bebê tenha recebido outro leite ou alimento, marcar a opção que corresponde. É possível marcar mais de uma opção. 

Esta pergunta tem o intuito de saber se o bebê está mamando só no peito, que é o recomendado para menores de seis meses.

No "Saiba mais" desta pergunta você encontrará o tópico "Cartela de orientações gerais para menores de 6 meses", a qual pode ser compartilhada com a mãe. A mesma se encontra no conteúdo complementar desta etapa.

Em qualquer casa em que entrardes,dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’. (Lucas 10, 5.)

 

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